A VEJA, de 10/05/2015, publicou esta matéria sobre curso voltado a gestores públicos, inspirado na Universidade de Harvard. Fiz questão de publicá-lo aos que nos acompanham, tudo para demostrar a importância da necessidade de qualificação de gestores públicos no Brasil, sempre no sentido de aperfeiçoar a qualidade de serviços da administração pública, em busca de melhor qualidade de vida aos cidadãos brasileiros.
Segue a matéria:
Segundo a Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios (Pnad) de 2012, quase 8% dos brasileiros economicamente
ativos são funcionários públicos, o equivalente a 11 milhões de pessoas. Nesse
exército de servidores, apenas 15% trabalham efetivamente para colocar a
máquina pública em funcionamento, estima o cientista político Luiz Felipe
d'Avila, presidente do Centro de Liderança Pública (CLP), entidade dedicada à
capacitação de gestores públicos. Não à toa, serviço público é sinônimo de
ineficiência para a esmagadora maioria dos brasileiros. Esse quadro, contudo,
pode ser revertido, prega D'Avila. "O serviço público não precisa de mais
dinheiro, mas, sim, de servidores mais capacitados e de uma gestão
transparente, baseada em análises minuciosas dos problemas do setor", diz.
Preparar servidores para atingir
a excelência na administração de projetos e equipes é o principal objetivo do
mestrado stricto sensu em liderança e gestão pública que a CLP oferece a partir
de agosto. As inscrições se encerram na próxima segunda-feira e o valor total
do programa é de 46.000 reais. O site do CLP reúne todas as informações sobre o
curso. "O alvo são os funcionários de carreira, aqueles que permanecem nas
repartições mesmo quando há trocas no topo da hierarquia", diz D'Avila.
O currículo do curso é inspirado
no da Kennedy School, da Universidade Harvard, reconhecido por formar gestores
públicos do mundo inteiro. A duração é de 15 meses, sendo que no último bloco
de aulas os participantes fazem uma imersão na própria escola de governo
americana. "Ao longo do curso, os participantes vão se debruçar sobre um
problema real de sua cidade ou Estado, em áreas como educação, saúde ou
segurança pública. Em Harvard, vão conhecer experiências internacionais de
sucesso." Também durante o curso, os servidores devem apresentar projetos
a seus gestores, que deverão discutir a eventual adoção das ações.
Formar a chamada "burocracia
eficiente", aquela que garante o bom funcionamento do Estado, é um desafio
que outras nações já enfrentaram - e colhem bons frutos. É, segundo D'Avila, o
caso de Grã-Bretanha, Coreia do Sul e China. Por aqui, diz o cientista político,
também há bons exemplos, como os municípios de Votuporanga, em São Paulo, e
Canoas, no Rio Grande do Sul. "São ilhas de excelência, que conseguiram,
graças ao cuidado na formação de seus servidores, zerar filas em hospitais e
elevar índices educacionais", diz.
Além dos ganhos evidentes à
população, se o Brasil conseguir multiplicar a experiência dessas cidades, pode
reverter a imagem ruim do funcionalismo. "Quando a máquina pública
funciona, o setor público concorre em igualdade com o privado, que hoje oferece
serviços melhores. Para isso, é preciso transparência na aplicação dos
recursos, de modo que o cidadão saiba onde o dinheiro de seus impostos está
sendo aplicado. Isso tudo depende dos projetos elaborados em cada esfera de
governo."
No curso de mestrado, os
servidores aprenderão a dimensionar problemas, desenvolver projetos,
apresentá-los aos gestores e a medir resultados. "É preciso devenvolver a
competência de elaborar projetos de qualidade que não sejam engavetados por
questões políticas", diz D'Avila.
Por: Bianca Bibiano - 26/06/2014 às
18:12 - Atualizado em 27/06/2014 às 11:41
Luiz Felipe D'Avila, presidente
do Centro de Liderança Pública (Divulgação/VEJA).
Marcelo Gomes Manoel
Gestores do Bem
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