segunda-feira, 28 de setembro de 2015

As Polícias Militares e a sua atividade explorada pela televisão!


Você, como eu, deve estar cansado de ver programas de televisão, como Brasil Urgente e Polícia 24 horas, Rede Bandeirantes de Televisão, explorando as atividades da polícia em busca de audiência.
Outro dia fiquei estarrecido com uma situação ocorrida na Polícia Militar de Minas Gerais. Um repórter, acompanhando uma matéria onde um meliante troca tiros com a polícia e depois faz uma senhora refém, em sua própria casa, durante a sua tentativa de fuga, pasmem, o jornalista acaba por fazer o papel de negociador da ocorrência, colocando a cara na janela do quarto, onde o marginal estava armado, negociando com ele, tudo na presença de quase um pelotão de policias militares de serviço.
Vamos entender como funciona o negócio da televisão, gerando, por vezes, milhares ou milhões de Reais a estes órgãos.
A receita dessas emissoras de televisão vem das propagandas publicitárias feitas nos intervalos da programação. O que são apresentados nessas propagandas, para serem vendidos? O leite, o arroz, o feijão, o computador, a geladeira, a máquina de lavar, o remédio, o produto de limpeza, de higiene e tudo que você consome. Eles pagam valores absurdos para essas emissoras, seu produto encarece e você paga a conta.
Mas o que estamos discutindo é o tipo de programação que atrai o público para gerar audiência. Ocorrências policiais sempre foram um filão muito importante para as emissoras de televisão, e é aí que entram estes programas de televisão que exploram as ocorrências das polícias militares, de forma praticamente exclusiva, permitindo-lhes angariar lucros exorbitantes.
O questionamento a ser observado é que todo tipo de exploração de serviço a ser feito pelos órgãos públicos, deve ser por intermédio de licitação pública, tudo para que todos tenham o direito de participar, nas mesmas condições impostas pelo estado.
Da mesma forma, entendo, que explorar o acompanhamento de ocorrências na atividade operacional das polícias militares, além de observar critérios rigorosíssimos de segurança, quando envolvem a sociedade civil, incluindo jornalistas, também deve se submeter a critérios de editais de publicação, permitindo que todos os órgãos que quiserem, participem da concorrência, assim as regras ficam claras, e permite-se saber se o serviço, efetivamente, pode ser prestado pela Corporação, pois imaginem se 20 emissoras de televisão quisessem fazer o mesmo que fazem os programas de televisão acima citados, ou seja, acompanharem policiais militares em ocorrências, ou ainda entrevistarem chefes de COPOM (Centro de Operações da Polícia Militar) e COBOM (Centro de Operações do Corpo de Bombeiros) nas várias ocorrência diárias, como acontecem hoje.
É fato que as polícias militares, massacradas pela sociedade e, principalmente pelos órgãos de comunicação, quando erram, precisam de aliados, que lhes apoiem nestes momentos, mas não se justifica esta exploração da atividade policial-militar, da maneira com que é feita.

Esta é uma reflexão que deve ser feita na gestão pública, tudo para melhoria e aperfeiçoamento de nossa sociedade.         

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