terça-feira, 25 de novembro de 2014

Aposentadoria precoce, mentes produtivas e agora?

Oriundo da PMESP, após trabalhar durante quase 31 anos, acabei por passar para a reserva, aposentadoria na área privada, aos 49 anos de idade, com muitos projetos e sonhos para o futuro.
“Não existe vento favorável para o marinheiro que não sabe para onde ir” (Seneca)
Quando percebi que a aposentadoria chegaria, e não demoraria muito, tratei logo de me preparar para esta próxima jornada, sempre baseado no ensinamento citado, já que meus projetos eram ambiciosos, expectativa de vida de mais 20 a 25 anos, atividade prazerosa e de qualidade, complemento financeiro, aproveitar mais a família, amigos, etc.
Iniciei tal assertiva com a conclusão do curso de direito, faltando alguns anos para completar o tempo e ter o direito a aposentar, aprovação na OAB, logo em seguida ao término do curso, conquista da qual me trouxe um dos maiores entusiasmos da vida, não só no que se refere ao conhecimento adquirido mas pela sensação de ter uma nova profissão, além de muito respeitosa, que me permitiria dar continuidade a uma vida ativa no mercado de trabalho e praticar o múnus público de ajudar ao próximo, contribuindo, com muito estudo, leitura e produção de artigos, ocupações estas que sempre me proporcionaram muito bem-estar.
Pronto! Estava tudo perfeito, agora tinha a certeza que ao final de minha carreira na PMESP, estaria em condições de iniciar um novo ciclo e não me deparar tão precocemente com a aposentadoria.
A carreira militar é interessante, pois tem característica vertical, ou seja, aprendíamos desde os bancos acadêmicos que superior será sempre superior, não aceitando que um subordinado nos passe a frente e venha a nos comandar algum dia. Servindo como assessor militar no Poder Judiciário pude conhecer uma carreira com característica horizontal, onde os juízes se revezavam na presidência da casa e o respeito e subordinação ocorria sem maiores problemas, mesmo se tratando de juízes mais novos quando na presidência. A única subordinação existente, naquele respeitado órgão público, era a técnica, ou seja, das decisões, onde uma decisão de um juiz singular poderia ser reformada por um colegiado e, sempre deveria ser respeitada.
Assim, com pouco mais de 30 anos de serviço, no posto de Tenente coronel da PMESP, entendi ser a hora de passar para a inatividade.
Aqui começa uma nova fase!
Já na reserva iniciei minhas atividades como advogado, minha querida esposa fez questão de providenciar um ótimo escritório, linda decoração, ótima localização, edifício moderno, tudo em plena ordem, para recomeçar a vida profissional em minha nova carreira.
A realidade começou!
Escritório pronto, algumas dicas com colegas de faculdade que já estavam atuando, e vamos trabalhar. Como captar clientes, minha experiência como Oficial de Polícia Militar em nada ajudava, tudo era novo, as dúvidas em matéria de direito eram muitas, minhas primeiras audiências aconteceram com a ansiedade de um garoto que iniciava em seu primeiro emprego, faltava um ambiente favorável, outros advogados da área que estava atuando, tudo para que eu pudesse sentir apoio, confiança e motivação na nova atividade profissional. Passados apenas 12 meses de trabalho, depois de conviver com problemas com clientes, citando como exemplo o não comparecimento em audiências trabalhistas, morosidade do Poder Judiciário, dificuldade na captação desses clientes, resolvi que deveria tentar outras atividades, mesmo dando continuidade na advocacia. Lançar meu currículo vitae no mercado de trabalho, curso de corretor de imóveis, curso de abertura de empresa no SENAC, foram apenas algumas das atividades que realizei por quase um ano. Em seguida, passados dois anos de minha passagem para a inatividade, fui convidado para trabalhar na Subprefeitura de Freguesia do Ó, na condição inicial de Coordenador de Finanças, assumindo em seguida a Chefia de Gabinete e, ao final, presenteado com o cargo de Subprefeito daquele importante órgão municipal. Foi umas das experiências mais gratificantes, extra corporação militar, que já tive, pois trabalhar em um local tão carente de recursos, com servidores públicos sofridos, mas de uma qualidade profissional e humana invejáveis,  permitiu-me realizar a verdadeira missão que aprendi ao longo dos meus 31 anos de corporação policial militar, a de administrar pessoas com propriedade e buscar soluções para prestar serviços de qualidade em um ambiente hostil, onde a população espera muito do poder público e, se vê desacreditada. 
Ufa! Voltei a ativa, o pesadelo passou.
Ao final da gestão Kassab, com a eleição de Fernando Haddad, fui exonerado do cargo de subprefeito e iniciei novas atividades na área de corretagem de imóveis.
Montei um Site de Imobiliária, decorei um belo escritório, de minha propriedade no bairro da Água Branca e iniciei nova ocupação na venda e locação de imóveis, trabalho este que estou realizando até o presente, com muitas dificuldades iniciais, motivado, principalmente pelo momento que o mercado atravessa, porém devo dizer, que, apesar de não completar totalmente o meu tempo e produção intelectual tem permitido me sentir ativo, útil e, de certa forma realizado na concretização de algumas vendas e locações. 
             
Sentindo-me quase aposentado!
Como já mencionei, apesar da atividade que exerço, na maioria do tempo sinto-me praticamente aposentado, no anseio de retornar a uma atividade que me complete e me faça sentir ativo novamente.
Este sentimento de aposentado é que gostaria de discutir e apresentar algumas sugestões para quem um dia, com certeza estará desembarcando da atividade para a inatividade.
No Brasil já passamos a casa dos 16 milhões de aposentados, número bastante expressivo e que merece atenção em várias áreas, de atendimento as suas reais necessidades, vida e saúde dignas, ambiente social compatível com suas necessidades, ambiente cultural, lazer, trabalho com especificidades para o momento da vida, esportes, turismo, etc.
Impende observar que ao recém aposentado, falta de sentido na vida futura lhe causa muita angústia, explicando-se em razão de lhe ter sido furtada razão da sua existência. Estudiosos no assunto explicam que ao livrar-se das intimidações de sua profissão acaba por deparar-se com um deserto em sua volta, pois neste tempo não pode ter oportunidades com a realização de seus objetivos e de se empenhar em valores específicos.
A posição social de um indivíduo é determinada pela sua identidade profissional, e o trabalho tem papel fundamental enquanto reconhecimento do seu papel social.
A interrupção abrupta com o trabalho vai trazer novamente o confronto com a construção juntamente com a sua identidade, principalmente nesta situação da aposentadoria precoce, pois ainda há muito o que fazer em sua mente.
Assim o objetivo desta matéria é apresentar dois planos, a título de sugestão, para a reflexão daqueles que vão enfrentar a aposentadoria precoce, sempre no sentido de amenizar tais opressões e proporcionar um ambiente favorável para esta importante travessia da vida.

Primeira Sugestão:
Partiremos do raciocínio de que nada impede que você, mesmo depois de aposentado precocemente, após passar pela euforia do relaxamento total de não ter mais responsabilidades e perceber que ainda precisa de um objetivo futuro em sua vida com muitas realizações, venha a conviver de forma mais natural neste ambiente, podendo buscar atividades que possam lhe proporcionar algum tipo de trabalho menos oneroso, que se encaixem nos seus objetivos e lhe traga prazer e motivação de vida.  
Depois de tantos anos de trabalho, preocupações, metas, estudos, conquistas, desafios, etc. os primeiros dias de aposentado parecem ser o paraíso; sem pressa para acordar, para o café da manhã, leitura do jornal, acompanhar o noticiário para ver o que aconteceu no mundo, pensando que este sentimento prazeroso será repetido nos próximos meses, anos ou até pela vida toda.
Êpa! A sensação de falta de propósito na vida começa a incomodar, quando não lhe traz uma profunda depressão. Daí começa a percepção que falta alguma coisa: a necessidade de colocar alguma estrutura em sua vida vem a galope, pois uma vida inteira de responsabilidades, com a necessidade de matar um leão por dia não desaparece e sai do seu “DNA’, de forma tão simples.
Primeiramente vamos pensar que, após o período eufórico da ausência total de compromissos há que se pensar num conjunto de rotinas gratificantes, seja sob o aspecto da saúde mental ou física, seja no aspecto cultural e de lazer.
Organize-se: faça uma lista diária de coisas gratificantes que lhe proporcione objetivos prazerosos, pense na sua saúde, corpo, casa, família, amigos, cultura, trabalhos que lhe possam proporcionar alguma alegria, trabalhos sociais com grupos de apoio (organizações do ramo), em que possa ajudar o próximo, como instituições sociais que ajudam crianças, pessoas necessitadas, idosos, participe de grupos de estudo que lhe interesse, ou mesmo filosóficos, viaje, na medida do possível, conheça lugares interessantes que lhe possam proporcionar novos conhecimentos e cultura, pratique um hobby que sempre quis, suba montanhas, pratique esportes, individuais ou em grupo, aprenda novas tecnologias, é o que não falta no mercado, faça cursos interessantes, de seu maior interesse, novas línguas, computação, manuseio em celulares, pintura, fotografia, etc.
As vezes pequenas coisas nos ocupam e fazem nos sentir além de atarefados, muito úteis, com atividades que não tínhamos tempo de executar enquanto estávamos a procura do leão de cada dia.
Minha esposa, Helena e meu filho Lucas, têm me ajudado muito neste mister de atravessar esta importante fase de minha vida. Há pouco tempo incentivaram-me a fazer algum tipo de refeição noturna para a família, por mais simples que seja, todas as quartas-feiras, torna-se um desafio prazeroso, o qual ocupa bastante minha mente. Ambos sempre procuram indicar-me alguma leitura nova e olha que tenho tido ótimas surpresas. Por vezes minha esposa chama minha atenção para pequenos reparos em minha casa, ou nossa pequena chácara o qual, com minha mente ainda acelerada, não consigo ver ou dar importância, porém depois de solucionar vem o enorme prazer, não só de atingir o objetivo mas também de aprender novas atividades.
Outro aspecto importante é não se afastar do seu polo de relacionamentos, seja de network ou mesmo de puras amizades, pois ambos lhe manterão motivado e poderão lhe ajudar em novas atividades de trabalho ou ajuda ao próximo, o que lhe será muito útil.        
Finalmente, neste primeiro desafio do trabalho, vale lembrar dois aspectos importantíssimos, que jamais devem ser deixados de lado nesta marcante travessia: a saúde e a prática de esporte. Há que se considerar que não faltará tempo para fazermos um bom chek up e nos atermos na prática de esportes que nos proporcionem prazer. Costumo dizer que é melhor uma boa caminhada, sem pressa, do que não fazer nada, baseando-se na teoria de que uma corrida, uma caminhada de bicicleta, uma partida futebol, de tênis, vôlei, uma natação e outros esportes podem ser considerados, por algumas pessoas, muito desgastantes para nossa idade.      
        
        Segunda Sugestão:

        Esta sugestão, que me permitam os leitores deste artigo, pode servir para qualquer pessoa, de qualquer tipo de atividade, porém farei menção a grupos bastante ligados as atividades que exerci durante minha vida laboral.
Na condição de Oficial da PMESP, advogado e gestor público em órgão da Prefeitura de São Paulo, percebi que a área de gestão pública é muito envolvente, assim, podendo auxiliar-me em novas atividades, além de jamais esquecer do primeiro rol de sugestões.
Segundo Aristóteles o homem é um ser político. Assim, quando nos deparamos com assuntos afetos à política, acabamos sempre pensando em soluções, porém impossibilitados de apresentá-las, a não ser que entremos para a vida política propriamente dita.
O que me causa bastante fascínio e, por vezes repulsa é nos depararmos com a mídia, por intermédio de matérias escritas ou jornalistas ao vivo, seja por televisão ou rádio, fazerem críticas a determinados setores públicos, ou mesmo serviços prestados, como, o estado, prefeituras, polícias em geral, Ministério Público, Poder Judiciário, etc. e, sem nenhum embasamento ou formação no assunto, servirem como formadores de opinião a milhões de expectadores, causando sérios prejuízos a comunidade.
Muitas sugestões, para os mais diversos tipos de atividades desenvolvidas pela administração pública, poderiam ser feitas por pessoas ou grupos, que já viveram experiências ao longo da vida e acabam não o fazendo.
É por esta razão que tenho expectativa de ver criada uma instituição, onde toda esta mão de obra recém ingressada nesta aposentadoria precoce possa atuar das mais diversas formas.


GESTÃO PÚBLICA DO BEM

      Imagine um local onde os aposentados precoces possam reunir, pelo menos uma vez por semana, realizando as seguintes atividades:
                  - participar de palestras sobre os mais variados assuntos da administração pública, podendo, os palestrante serem oriundos do próprio pessoal que pertencerem à entidade ou mesmo de convidados (especialistas) a falarem sobre assuntos relevantes e de interesse para o momento;
                  - reunir grupos temáticos para discutir e apresentar soluções, das mais variadas áreas, para o aperfeiçoamento da administração pública, seja no ramo dos direitos sociais, organização dos poderes, tributação, direito penal e processual penal, direitos trabalhistas, direito a propriedade, papel da Forças Armadas, seguridade social, educação, saúde, esportes, Segurança Pública, Poder Judiciário, serviços municipais críticos, como desenvolvimento urbano sustentável, aperfeiçoamento na mobilidade (transporte) e acessibilidade solução para calçadas, por exemplo), cuidado com o ambiente (descarte de lixo em via pública, lixo eletrônico, invasão clandestina de áreas municipais, abandono de veículos em via pública, seu recolhimento e armazenamento, poluição ambiental, iluminação precária, saneamento básico, bailes funks e a poluição sonora, desperdício de água) e muitos outros.         
                  - elaborar documentos e publicá-los em redes sociais, meios de comunicação sobre os mais variados assuntos destes grupos temáticos;
                  - elaborar documentos sobre matérias veiculadas em meios de comunicação, fazendo críticas construtivas e dando sugestões que possam contribuir para o aperfeiçoamento da administração pública, proporcionando a sociedade informações sem distorções e, principalmente, isentas de interesses particulares ou de grupos políticos; 
                  - proporcionar palestras a jovens estudantes ou público em geral interessado, sempre no sentido de discutir e apresentar sugestões sobre os temas estudados;
                  - manter um Site com o rol de associados, podendo-se divulgar seus currículos para o mercado de trabalho, além de oferecer ao mercado, palestrantes sobre os mais variados assuntos de gestão pública;
                  - no momento em que a instituição tiver recursos suficientes, com um grande número de participantes, manter um setor com atividade permanente de registro de problemas na gestão da administração pública e cobrar os órgãos responsáveis para a devida solução, auxiliando objetivamente no aperfeiçoamento da prestação de serviços na área da administração pública, de interesse precípuo do grupo.  
 
       Com esta singela matéria espero ter contribuído, mesmo que de forma muito simples para o assunto em pauta e torcendo para que a criação deste grupo se torne realidade o mais breve possível. 



Autoria Marcelo Gomes Manoel
Coronel Veterano da PMESP, Advogado e Empresário 


Operação Delegada em SP - PM Deve Usar Armas Não Letais - Segundo o Jornalista Ricardo Boechat da Band FM

Na condição de ouvinte da Band News FM, segunda-feira pela manhã, 22 de Setembro de 2014, Ricardo Boechat, ao comentar sobre o lamentável episódio da morte de um jovem, bairro da Lapa, por um policial militar que trabalhava na denominada Operação Delegada, afirmando ser importante que naquela situação os policiais militares trabalhem com armas não letais, permita-me humildemente expor algumas reflexões sobre o tema:  
                                - A Operação Delegada, criada em 2009, numa parceria entre a prefeitura de SP e o governo do estado  de SP, tem como objetivo utilizar policiais militares , em seus horários de folga, para atuar na repressão de venda de produtos ilegais em locais públicos (logradouros, praças, etc.), onde a prefeitura delega a estes servidores a possibilidade de fiscalizar tais práticas, apreendendo tais produtos, e direcionando-os as subprefeituras locais;
                                - Veja que tais práticas ocorrem em locais públicos, onde há frequência da população comum. Sendo assim, caso aconteça qualquer outro tipo de crime, como: roubos, furtos, agressões físicas,  tentativa de homicídio ou mesmo o próprio homicídio, deve o policial militar agir em defesa da sociedade, tentando impedir, ou no campo da repressão imediata, prender em flagrante delito o agressor da sociedade,  sob pena do cometimento de crime de prevaricação, não ficando, sua atuação, restrita ao impedimento do comércio ilegal de mercadorias, conforme prevê o convênio.
                                - Assim, quando se propõe que o policial militar atue com armas não letais, cria-se uma situação extremamente desfavorável ao servidor, como também à sociedade, que na necessidade de atuar nas situações acima elencas, estará impossibilitado de impedir tais práticas delituosas, sem contar com a possibilidade de extrema exposição a sua integridade física.
                 É importante lembrar, ante comentários, em vários meios de comunicação, que o objetivo desse convênio, à época dos fatos, foi o de permitir que o policial militar tivesse um “bico oficializado, estando protegido em suas funções, caso viesse a sofrer alguma agressão física, inclusive pensando em sua família. Além disso, vale lembrar que a corporação, ao escalá-lo para este tipo de policiamento jamais o fará sem respeitar as 12 horas de folga a que qualquer trabalhador tem o direito, o que não ocorre, por vezes, quando o “bico” é feito fora da corporação.    
                 Finalmente, sem medo de errar, o objetivo do Comando da Corporação à época do convênio, foi de colocar mais efetivo de policias militares nas ruas, aumentando a sensação de segurança, além de prevenir a prática, não só do comércio ilegal de mercadorias, mas também de outros crimes, conforme já citado.  Importante destacar que a prática de atividade extra corporação por policiais, em seus horários de folga, com o controle da corporação, é feita em países como nos EUA, há muito tempo, sempre com o objetivo de aumentar os efetivos no policiamento ostensivo-preventivo e melhorar os salários dos componentes das corporações.


Autoria
Marcelo Gomes Manoel
Coronel Veterano da PMESP e Advogado


                 

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Compartilhar Conhecimento Pode Contribuir Para Novos Projetos e No Crescimento Profissional



 Foi-se o tempo de que reter informações é garantia de mais poder e estabilidade nas empresas. Com as mudanças em algumas corporações, compartilhar conhecimento passou a ser um princípio fundamental para reduzir a perda de produtividade, de tempo e ainda estimular a criação de novos projetos.
Mas a iniciativa também tem contribuído para quem quer investir na própria carreira.
Uma construtora mirou nas redes sociais e acertou o alvo. Criou um portal para receber ideias, sugestões capazes de atender melhor as necessidades dos consumidores. Há um ano no ar, o portal recebeu mais de duas mil sugestões.
“Se tiver pertinência com aquele empreendimento, viabilidade de custo, processos, e se ele não impacta também na entrega desse empreendimento, é uma ideia que a gente vai implementar”, conta Marcelo Trevisani, especialista em redes sociais da Tecnisa.
Trinta e cinco ideias foram aprovadas e estão em fase de implantação. Algumas fazem parte do projeto de um condomínio, voltado especialmente para a terceira idade. A piscina ganhou  corrimão para facilitar o acesso dos mais velhos. No salão de jogos, as portas de vidro foram sinalizadas com fitas adesivas, para evitar acidentes.
Para garantir que todas as inovações adotadas no empreendimento sejam compartilhas no estande de vendas, o coordenador de gestão do conhecimento entra em ação. É dele a missão de treinar os corretores. Mais tarde, essas informações terão que chegar de forma simples e clara a quem mais interessa: o cliente.
Por trabalhar no processo de divulgação do conhecimento dentro da empresa, Juliana foi promovida quatro vezes, com aumentos de salário significativos.
“Quando ela compartilha, ela se expõe, as pessoas enxergam ela, logo ela pode ser promovida e a carreira dela pode ter um salto muito maior do que se ela não compartilhasse nada”, alerta Juliana Pinheiro, gerente de pesquisa e desenvolvimento da Tecnisa.
Nenhuma grande empresa pode abrir mão dos benefícios de uma política de gestão do conhecimento, diz o diretor de RH da construtora.
“O ganho para a empresa acontece também porque um cliente que é satisfeito ele considera uma nova compra de outra unidade assim que ele tiver oportunidade, ou então ele faz uma recomendação da empresa para outras pessoas que ele sabe que estão em busca de um empreendimento imobiliário”, afirma Marcelo Zappia, diretor de RH da Tecnisa.
Ele garante os profissionais, que não dividem informações, geram perda de tempo e dinheiro à empresa e acabam sendo demitidos.
“Na minha opinião, nós não temos mais espaço para aquele tipo de profissional que se garante no emprego segurando o conhecimento e não transmitindo aquilo que ele sabe para outras pessoas. Não é um modelo que a gente pode usar bastante hoje. Pelo contrário, é um modelo em extinção”, conclui o diretor.

Seg, 09/12/13 por Flávia Sarmento | categoria Sua Carreira


Publicação
Marcelo Gomes Manoel
Coronel Veterano da PMESP e Advogado